PROJETOS DE FÍSICA: UNINDO PASSADO E PRESENTE

Marta de Souza Rodrigues
Silvana Duarte Bezerra

  Este trabalho tem como pano de fundo a preocupação em torno da utilização de materiais didáticos para o ensino de física no ensino médio, considerando a falta de importância que, em muitos casos, é dada à prática de pesquisa e escolha de recursos por parte do professor. Para suscitar a discussão/reflexão sobre o tema, tomamos como forma de exemplificação alguns dos principais aspectos relacionados ao Projeto Brasileiro de Ensino de Física (PBEF), elaborado durante a década de 1970, inicialmente pelo professor Rodolpho Caniato. Tal proposta foi concebida a partir das experiências docentes do autor com estudantes de vários níveis escolares, que revelaram dificuldades diversificadas, entre estas: a ausência do entendimento de conceitos físicos básicos; o desconhecimento da manipulação de experimentos simples; a falta de prática em verbalizar argumentos. Partindo desta realidade, foi proposto um projeto de ensino caracterizado por atividades que, principalmente, não exigissem o uso de laboratórios de Ciências, pautando-se em uma abordagem voltada ao atendimento dos diferentes graus de aptidão dos estudantes e que o desdobramento dos conteúdos não ocorresse de forma fragmentada. Por fim, um dos principais objetivos desta empreitada era construir uma estrutura adequada à realidade brasileira. Entretanto, o fato é que não apenas o PBEF, como outros projetos de ensino de Física (PSSC, Harvard, por exemplo), foram “abandonados” seja por razões econômicas, políticas, por falta de preparo do professor ou por conflitos pedagógicos gerados pelos diversos enfoques que cada projeto apresentava. Neste contexto, chamamos a atenção para a possibilidade de utilização atual deste tipo de material, a partir de uma análise crítica sobre as potencialidades e limitações dentro do contexto de cada proposta, o que representa a ampliação de opções para se trabalhar em sala de aula. Exemplificaremos uma possível aproximação entre o PBEF e os PCN+ (2002), a partir da articulação de preocupações recorrentes em ambos, no que diz respeito a um ensino humanístico e a relevância em abordar temas da Astronomia.

[Trabalho]