Este trabalho aborda, de forma concisa, a questão da orientação acadêmica de alunos do Ensino Médio que participam do Programa de Vocação Científica. Criado em 1986 pela FIOCRUZ, o PROVOC é, hoje, uma experiência educacional que ultrapassa os limites históricos e geográficos do campus de Manguinhos no Rio de Janeiro para difundir-se junto a outras instituições de pesquisa do país. Com efeito, a ampla e abrangente participação de pesquisadores de renomadas instituições científicas, como orientadores de iniciação científica de jovens que ainda nem sequer fizeram suas escolhas profissionais, tem sido fundamental para que se possa discutir de modo reflexivo a superação de modelos arcaicos de formação. Por outro lado, a relevância estratégica desse tipo de programa institucional tem levado um grande número de pesquisadores-orientadores do PROVOC a enfrentar questões e problemas, até então, próprios/exclusivos dos especialistas em educação. A maioria dessas discussões resulta na formulação de propostas pedagógicas que podem e devem ser avaliadas pelos atores sociais envolvidos direta ou indiretamente no desenvolvimento do processo de implantação, consolidação e ampliação do Programa. Neste sentido, não são os resultados quantitativos, em si, que precisam ser analisados, mas sim as razões, argumentos, proposições e idéias que têm orientado as ações dos pesquisadores. Para além da compreensão de um conjunto de princípios gerais (filosóficos, educacionais, etc.) que nortearam o processo de institucionalização do Programa de Vocação Científica durante seus quinze anos de existência, trata-se de entender aqui como, por quê e em que contextos culturais específicos se constroem as visões e as concepções da iniciação científica no Ensino Médio.