Este trabalho identifica algumas tendências de teses e dissertações defendidas entre 1972 e 1995 que tratam da experimentação no ensino de Ciências de 5^a a 8^a séries do ensino fundamental, partindo de considerações sobre a história do ensino de Ciências no Brasil. De um conjunto de 572 teses e dissertações sobre o ensino de Ciências nos diversos níveis escolares, defendidas no Brasil até 1995, seleciona 53 trabalhos que tratam de experimentação. Deste subconjunto, identifica 12 pesquisas voltadas especificamente para o ensino de 5^a a 8^a séries do nível fundamental. Tendo como suporte teórico uma revisão bibliográfica, na qual diferentes autores com as denominações e com os critérios que estabeleceram para caracterizar os modelos de atividades experimentais nas suas pesquisas, possibilitou a leitura dos documentos acima referidos. Apresenta uma descrição geral destas pesquisas e suas principais tendências, tomando por referência descritores como: instituição acadêmica; ano de defesa do trabalho; área de conteúdo do currículo escolar, temas e conteúdos específicos abordados; nível e séries escolares; tipo de atividade experimental; participação do pesquisador, do professor e dos alunos nas atividades; enfoque ao método científico. Desse modo, discute os significados que estas pesquisas acadêmicas atribuem à experimentação no ensino escolar de Ciências. Salvo raras exceções, os trabalhos centram a experimentação no método da redescoberta, com intuito de reproduzir conhecimentos previamente elaborados e sistematizados, reforçam uma aprendizagem diretiva e indutiva, enfatizando o estudo parcial e fragmentado de fenômenos do ambiente e reafirmando estereótipos e equívocos da noção de ciência e de método científico largamente difundidos no ensino escolar.

[1] Este trabalho foi, originalmente, apresentado no XIV Simpósio Nacional de Ensino de Física, no período de 02 a 06 de julho de 2001 em Natal/RN, promovido pela Sociedade Brasileira de Física.