INVESTIGANDO AS CONCEPÇÕES DE EXPERIMENTAÇÃO DE ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM QUÍMICA DA PUCRS(1)
 

Berenice A. Rosito
rosito@terra..com.br

Maurivan G. Ramos
mgramos@pucrs.br

Concetta Ferraro
Rejane R. de Azambuja
PUCRS - Faculdade de Química - CEPEQ(2)



Resumo

    Sabe-se que um aspecto de grande relevância para o ensino de Química é a competência do professor no desenvolvimento do ensino experimental, conforme apontam Hodson (1994), Mellado Jiménez (1996), lzquierdo, Sanmarti e Espinet (1999), Garcia Barros, Martínez Losada, Mondelo (1995), entre outros. A experimentação é, pois, um elemento importante quando se pesquisa em educação Química, considerando as aprendizagens que podem advir dessa ação, em relação á compreensão dos seus conceitos, seus princípios, a sua teoria. Tendo em vista esses aspectos, a discussão sobre a experimentação deve permear os cursos que formam os professores de Química e a pesquisa deve contribuir com informações para subsidiar essa discussão.

    A presente pesquisa, em andamento, tem o propósito de compreender como os alunos do curso de Licenciatura Plena em Química da Faculdade de Química da PLCRS percebem a experimentação no conte4o do ensino de Química.

    Para isso, foi aplicado como instrumento de pesquisa um questionário, envolvendo questões abertas que visavam identificar as concepções de experimentação dos alunos do curso. Esse instrumento foi respondido por setenta e nove alunos de seis disciplinas de diferentes níveis da Licenciatura, podendo ter-se assim uma compreensão da evolução desse conceito ao longo do curso. Após a aplicação procedeu-se a análise do conteúdo das respostas ao questionário.

    A análise dos achados, até o momento, em relação à questão "Como as atividades experimentais podem contribuir para a aprendizagem em Química?" conduziu a quatro grandes categorias.

    1. A experimentação como uma comprovação do que é visto na teoria. Nessa categoria percebe-se que os alunos entendem que as atividades experimentais são importantes no ensino de Química porque permitem comprovar e visualizar o que é estudado na teoria.

    2. A experimentação auxilia na compreensão da teoria. Depoimentos nessa categoria mostram que as atividades experimentais contribuem para um melhor entendimento da teoria porque permitem esclarecer e visualizar o que foi tratado nas aulas teóricas.

    3. A experimentação proporciona a relação teoria-prática. Os depoimentos deixam transparecer que se não houver integração entre teoria e prática as atividades experimentais podem transformar-se em simples ativismo.

    4. A experimentação motiva os alunos para a aprendizagem. Os alunos percebem que as atividades experimentais contribuem para a aprendizagem em Química porque motivam, são mais dinâmicas que as aulas teóricas, permitindo sair do papel e trabalhar na realidade.

    O conteúdo emergente das categorias parece mostrar que ainda existe uma fone tendência empírico-indutivista, uma ênfase metodológica ilustrativa e demonstrativa ao invés de investigativa, mas que mesmo assim, contribui para a compreensão dos temas químicos e para a motivação, ainda que extrínseca.

    O produto deste trabalho deverá servir de subsídios para novas ações no âmbito do curso, tanto em relação às disciplinas pedagógicas como em relação às disciplinas específicas do curso. Deverá também proporcionar um aprofundamento nos estudos relativos ás contribuições das atividades experimentais na Educação Química.

(1) Trabalho apresentado nas II Jornadas Internacionales de Enseñanza Universitária de la Química, dias 17 a 19 de setembro, Montevidéu, Uruguai.
(2) CEPEO - - Centro de Estudos e Pesquisas cm Educação Química.