À medida que a sociedade verifica a importância da informação no seu processo decisório, observa-se uma valorização da produção e disseminação do conhecimento científico, centrada nas tecnologias de telecomunicação e de informática. Por outro lado, a sociedade atravessa momentos decisivos na história, passando por uma revolução que altera a forma de viver, de pensar, de comunicar e de se desenvolver. Agora, tem-se a possibilidade de armazenar informações e torná-las disponíveis, quase instantaneamente, em diferentes formatos e suportes, criando-se a chamada "Sociedade da Informação". O uso dessas informações, na íntegra, tem mudado o mundo, tanto quanto o alfabeto, a imprensa, a máquina a vapor, o automóvel ou a televisão. A informação associada a esse conhecimento adquiriu um valor de mercado, na medida de suas possibilidades de utilização por diferentes grupos sociais que vivem em um meio multicultural e diverso sob o uso intensivo de novas tecnologias da informação e comunicação. Aprender e responder de forma apropriada aos novos padrões de complexidade, competitividade e mudanças extremamente rápidas, cenários que marcam o cotidiano das pessoas na sociedade, é uma responsabilidade social. O estudo aqui apresentado apoiou-se em pesquisa exploratório-descritiva realizada junto a uma amostra de pesquisadores ligados a Educação em Ciências, cujo objetivo foi diagnosticar suas necessidades informacionais de acesso e uso da produção científica da área. Os resultados obtidos apontam que há dificuldades em se obter informação do conhecimento científico gerado na área e que os serviços oferecidos para o acesso desta informação necessitam de melhorias. A partir desses dados, recomenda-se a criação de uma Rede de Informação especializada para melhor organização e compartilhamento do conhecimento científico gerado na área de Educação em Ciências no Brasil bem como, apresenta-se diretrizes para a criação de facilidades de acesso e uso da informação. Na forma de rede, estes serviços contribuiriam para o compartilhamento de esforços entre os pesquisadores da área, troca de experiências, possibilidades de acesso a documentos em tempo real, possibilitando a atualização constante destes profissionais. Além disso, tal rede poderia se estender aos profissionais do ensino fundamental e médio do sistema de ensino público e particular, garantindo melhoria na qualidade da educação nestes níveis. O acesso à produção do conhecimento, geralmente restrito à academia universitária, além do aspecto de democratização de informações aos demais níveis de ensino, poderia garantir o feedback necessário ao pesquisador, uma vez que os usuários destes resultados poderiam contribuir, através da crítica embasada na experiência prática, de sala de aula, para reformulações nos caminhos das pesquisas. Não se limitando apenas a usuários de pesquisas elaboradas no meio acadêmico, o contato com as pesquisas e relatos de experiências, poderia incentivar os docentes de ensino fundamental e médio, bem como estudantes de graduação e profissionais a ingressaram em estudos de pós-graduação na área.

(*) APOIO: PROPP/UNESP