Esta pesquisa visou a uma avaliação sobre a percepção de acadêmicos da PUCRS quanto às contribuições do Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) para a sua formação, em relação à educação em Ciências. Dela participaram alunos dos cursos de Pedagogia Séries Iniciais (disciplina: Tecnologia, Audiovisuais e Informática), Licenciatura em Ciências Biológicas (disciplina: Prática de Ensino de Biologia) e Licenciatura Plena em Ciências e Matemática (disciplina: Metodologia do Ensino de Ciências), envolvendo um total de 132 alunos. Para isso, a partir de aulas curriculares realizadas no MCT, os alunos escreveram relatórios nos quais, entre outras questões solicitadas, expressaram sua percepção quanto às contribuições do museu para a sua formação, descrita no resumo desta pesquisa a partir de sucessivas leituras dos seus depoimentos, que foram submetidos a uma análise de conteúdo com abordagem qualitativa.

    Antes de explicitar os resultados da pesquisa, é importante caracterizar esse museu moderno, dinâmico e interativo, a título de uma breve contextualização. O MCT atual foi inaugurado em 14 de dezembro de 1998, apresentando mais de 600 experimentos, dioramas, multimeios, interações vivas, jogos virtuais e diversas outras atrações, em diferentes áreas do conhecimento (Biologia, Física, Matemática, Astronomia, Geologia, Paleontologia, Arqueologia, Tecnologia, Educação Ambiental e outras), organizadas por setores. Seu diretor, Jeter Jorge Bertoletti, iniciou essa obra em 1964 e, a partir de então, tem se dedicado ao seu desenvolvimento, ampliação e transformação, havendo, inclusive, mudança de concepção, com a ênfase atual na interatividade dos experimentos.

    As aulas curriculares realizadas no MCT mostraram-se extremamente produtivas. De um lado, os alunos compararam o que vivenciaram nessas aulas com a realidade presenciada em escolas da grande Porto Alegre, em nível Fundamental e Médio, em que predominam aulas expositivas. De outro, surpreenderam-se com a diversidade dos recursos disponibilizados para a alfabetização em ciências e tecnologia, para complementação e dinamização da aprendizagem escolar e para a educação permanente e continuada dos professores, constituindo-se numa "poderosa ferramenta de apoio à educação". Além desses, os aspectos mais significativos que emergiram dos depoimentos dos alunos foram os seguintes:

• ênfase na interatividade, tanto nos experimentos como nas interações vivas – incluindo interações entre as pessoas e o museu como um todo;
• superação da imobilidade dos museus tradicionais;
• vivências que permitem superar a abstração de muitas aulas de ciências;
• possibilidade de aprender de forma lúdica, brincando;
• desafio a inovações na educação em Ciências, em todos os níveis de ensino;
• aproximação entre teoria e prática.

[1] Trabalho apresentado no 2. Encontro de Investigação na Escola, promovido pela UNIVATES, em Lajeado-RS.