ATIVIDADE PRÁTICA DE ENSINO DE CIÊNCIAS
NA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR A PARTIR DA PROBLEMATIZAÇÃO
DAS CRIANÇAS[1]
Gislaine A . R. da Silva Rossetto[2]
Eduardo A . Terrazzan[3]
Mary Ângela Leivas Amorim[4]
Núcleo de Educação em Ciências, Centro de
Educação, Universidade Federal de Santa Maria
Campus Universitário Camobi, 97105-900, Santa Maria, RS, Brasil.
Resumo
INTRODUÇÃO
Um dos principais papéis da educação é o de
contribuir na construção dos saberes necessários ao
homem para viver em sociedade. Atualmente, como os resultados dos avanços
científicos e tecnológicos tornaram-se parte integrante do
nosso cotidiano, estabelecendo inclusive valores sociais, consideramos
ser indispensável que os indivíduos numa sociedade contemporânea
saibam discutir e refletir sobre questões que dizem respeito a estes
avanços e suas conseqüências para o dia-a-dia. Partindo
desses pressupostos, acreditamos ser imprescindível discutir “ciência
na escola” desde os primeiros níveis, como um corpo de conhecimento
que se constrói entre tantos outros, porém mantendo algumas
características que lhes são peculiares, como sua implicação
com a tecnologia. No entanto, algumas pesquisas têm demonstrado que
os professores da Educação Básica, em especial a Educação
Pré Escolar, dedicam-se muito pouco tempo de suas aulas para o Ensino
de Ciências, com raras são exceções. O Ensino
de Ciências na Pré-Escola, quando ocorre, é geralmente
tido como secundário. Grande parte dos professores nesse nível
de escolaridade tem pouco ou nenhuma formação na área
de Ciências, dificultando ainda mais o desenvolvimento desse ensino
a contento. Para superar essas deficiências, este trabalho objetivou
a elaboração de uma proposta de ação de Ensino
de Ciências que partisse do pensamento espontâneo das crianças,
acompanhar e compreender o processo de construção de algumas
noções científicas.
METODOLOGIA
Dentro dessa perspectiva, foi desenvolvido uma atividade originada a partir
do questionamento formulado, pelas crianças (entre 5 e 6 anos) de
uma sala de Pré-Escola da Cooperativa Educacional de Santa Maria
/ RS, a respeito de “Como é que chega água em nossa casa?”.
Primeiramente, construímos uma lista dos lugares que encontramos
água na nossa casa. Após, elaboramos, junto com as crianças,
várias hipóteses que procuravam responder o questionamento
inicial. Para evalidar as hipóteses levantadas, fizemos uma visita
à estação de tratamento de água da cidade.
As observações feitas nessa visita foram registradas e comparadas
com a lista de hipóteses levantadas no início da nossa pesquisa,
resultando num texto final.
RESULTADOS
Na tentativa inicial de responder o questionamento de como é que
a água chega em nossa casa, as crianças levantaram várias
hipóteses, as quais eram, na maioria, de caráter fantasioso.
As crianças ao compararem essa lista de hipóteses com o que
havíamos aprendido durante a visita na estação de
tratamento de água puderam avaliar quais das hipóteses eram
verdadeiras. No texto final, elaborado pelas crianças com o auxílio
da professora-pesquisadora, pudemos observar que as crianças elaboraram
uma noção mais próxima do real.
CONCLUSÃO
O desenvolvimento dessa dinâmica de aula possibilitou a reconstrução
de noções científicas sobre o processo de tratamento
da água, sobre a rede de encanamento da estação de
tratamento até a nossa casa. Desta forma, podemos afirmar que estamos
conseguindo trabalhar conteúdos de Ciências Naturais numa
linguagem simples e acessível a tais níveis de escolaridade;
contribuindo para aumentar o teor explicativo das “teorias espontâneas
das crianças”.