Nilma Soares da Silva
Faculdade de Educação UFMG
Arnaldo Vaz
Coltec, Faculdade de educação UFMG
Resumo
Analisamos as narrativas de um grupo de professores
de Ciências submetidos a um teste de repertório com o objetivo
de explorar seu repertório de conhecimentos sobre o ensino de Química.
Procuramos assim satisfazer duas necessidades da área: primeiro
a de se repensar a maneira como a química vem sendo ensinada no
nível Fundamental e, segundo, a de se levantar quais escolhas estão
sendo feitas em relação ao que ensinar. O Teste de Repertório
tem sua origem na Psicologia de Construtos Pessoais de George Kelly. Como
metodologia de pesquisa esse teste força o conteúdo das narrativas
dos professores a se circunscrever a episódios reais de ensino e
a exigir que esses episódios sejam comparados através de
padrões de classificação estabelecidos pelo próprio
professor. O repertório de conhecimentos engloba o conjunto de saberes,
de conhecimentos, de habilidades e de atitudes que o professor utiliza
no seu dia a dia.
Abstract
Narratives of a group of Science teachers who took
a Repertory Grid Test have been analyzed to elicit their knowledge base
for Chemistry teaching. For this, it was sought to meet two basic needs
in the area: first, to think over the way chemistry has been taught at
elementary school, and second, to survey which choices have been made in
relation to teaching. The Repertory Test originated in the Psychology of
Personal Constructs of George Kelly. As a research methodology, this test
leads the teachers’ stories to be limited to real teaching episodes and
to demand that these episodes be compared through classification standards
established by the teachers themselves. The repertoire encompasses a set
of knowledge, of abilities, and attitudes that the teachers themselves
use in their daily lives.
Introdução
Nas práticas atuais os conteúdos de ciências estão subordinados aos saberes disciplinares. Isso resulta em uma redução e simplificação deste conteúdo . Por exemplo, para que possa ser apresentado aos estudantes no nível Fundamental, toma-se os mesmos conteúdos químicos destinados à primeira série do Ensino Médio, porém de modo compacto.
No ensino Fundamental, a química é ensinada na disciplina Ciências, daí nos referirmos aqui a professores, aulas ou estudantes de ciências. Essa química aparece como uma versão empobrecida e reduzida da química no Ensino Médio e esta, por sua vez, não passa de uma versão simplificada dos tratados de química para carreiras científicas e tecnológicas no ensino superior. O resultado disso é uma visão dogmática, detalhista e compartimentada da química pelos estudantes. São praticamente inexistentes as relações entre os aspectos teóricos e experimentais, entre os modelos propostos e os fenômenos para os quais foram elaboradas. Além disso, se os professores de química repetem no Ensino Médio aquilo que já foi teoricamente ensinado no nível Fundamental pode-se concluir que há nessa atitude uma desconsideração do trabalho do professor de ciências. Daí a necessidade de se repensar como a química vem sendo ensinada, o que especificamente ensinar e quais as contribuições que os professores de ciências no nível Fundamental podem dar ao ensino de química.
A partir da leitura de autores que têm contribuído para o debate sobre saberes docentes, percebe-se que essa avaliação do ensino de Química no nível Fundamental, desmerece soluções encontradas pelos professores de Ciências, consideradas potencialmente positivas. Estamos concebendo que o professor se utiliza de um conjunto de vários saberes que formam um reservatório a partir do qual podem se orientar em situações concretas de ensino. Autores como Gauthier, consideram que esse reservatório de saberes é constituído pelos saberes disciplinares, os saberes curriculares, os saberes da ciência da educação, os saberes da tradição pedagógica, os saberes experienciais e os saberes da ação pedagógica. Trabalharemos com parte desse reservatório de saberes, que são os saberes da ação pedagógica. Desse modo, a expressão repertório de conhecimentos servirá para designar os saberes da ação pedagógica que estão relacionados com o gerenciamento de classe e o gerenciamento do conteúdo.
Consideramos que conhecer o saber da ação
pedagógica dos professores de ciências em relação
à química torna-se importante a partir do momento que pode
tornar pública uma jurisprudência particular, que reserva
saberes que lhe são inerentes. Ressaltamos ainda a possibilidade
de tornar menos discrepantes os resultados das pesquisas em ciências
da educação ao avaliar o processo de ensino aprendizagem
não levando em conta as condições concretas de exercício
do magistério.
Por esses motivos decidimos por uma pesquisa que
pretende mostrar as estratégias e perspectivas utilizadas por um
grupo de professores de Ciências ao ensinar Química no nível
Fundamental. A ação pedagógica, constituída
por estratégias e perspectivas será denominada de repertório
de conhecimentos. Tal repertório engloba o conjunto de saberes,
de conhecimentos, de habilidades e de atitudes que o professor utiliza
no seu dia a dia. O repertório de conhecimentos está sendo
constituído a partir da análise da narrativa dos professores
em entrevistas auxiliadas pelo Teste de Repertório.
Apresentaremos categorias que englobam conjuntos
de estratégias didáticas utilizadas pelos professores de
Ciências ao ensinar Química, acompanhadas das perspectivas
que envolvem tais ações. As ações dos professores,
suas escolhas e julgamentos poderão ser contemplados, avaliados
e pesados, a fim de estabelecer guias de ação que serão
conhecidas e aprendidas por outros professores. Compartilhamos das idéias
de Gimeno (1988), considerando que as perspectivas não são
simples atitudes perante os fatos. Perspectivas pessoais têm uma
componente ativa que se projeta na ação. Representam uma
matriz de pressupostos que dão sentido ao mundo, não sendo,
contudo, um simples reflexo da realidade, mas sim algo construído
no decurso da interação com outros, com essa realidade, na
experiência.
Sabemos que o saber do professor é em grande
parte privado e não passa por nenhuma comprovação
sistemática como em outras profissões. Cada professor, elabora
uma espécie de jurisprudência particular, onde ele acredita
em certas práticas e descarta outras. Este julgamento não
chega ao conhecimento público para ser testado. Se a sociedade não
pode reconhecer a pertinência e a especificidade de um saber pedagógico
não podemos falar de profissionalização do ensino
pois não será conhecida a aceitação e a legitimação
desses saberes
Desenho Metodológico
Diante da importância de se conhecer as ações
dos professores de Ciências ao ensinar Química no nível
Fundamental, optamos por uma metodologia que possa incentivar a narrativa
dos professores sobre episódios de ensino, ao mesmo tempo que os
incentiva a sugerir seus próprios critérios para análise
desses episódios.
Sabemos que ao solicitar a um professor que expresse sua opinião sobre suas ações e a forma como desempenha suas tarefas abordando os problemas encontrados, obtemos respostas, em geral, bastante pobres. Por outro lado, podem ser ricas em um discurso já bastante enraizado. Muitas vezes o professor expressa uma visão simplista, onde acredita que para ensinar basta um bom conhecimento da matéria, algo de prática e alguns complementos psicopedagógicos.
Diante dessa dificuldade em conhecermos o pensamento ou observarmos a ação dos professores, trabalhamos com elementos do discurso dos professores sobre a ação. Para isso usamos o Teste de Repertório que funciona como um detonador para a discussão e análise que se estabelecerá.
A técnica, conhecida como "Teste de Repertório", é baseada no trabalho de Kelly (1955) e desenvolvida por autores como por exemplo, Fransella e Thomas (1988). Kelly defende que o ser humano organiza o mundo de acordo com um complexo de "constructos", isto é, de critérios bi-polares.
Constructo pessoal é um termo que distintos autores vêm introduzindo para se referirem ao universo do pensamento dos professores. A teoria dos construtos contém toda uma perspectiva sobre a forma que nós temos de elaborar o nosso universo mental e de organizar no seu interior estruturas de conhecimento e de ação.
Em contraposição a uma entrevista estruturada ou a um questionário, no momento da entrevista, o professor tem a oportunidade de se lembrar de situações particulares dos episódios ou de novos episódios que não foram citados mas que se assemelham aos já mencionados.
Diante da análise da narrativa dos professores, procuramos entender como eles usam suas teorias e como analisam suas próprias vivências. Que tipo de atividades realizam? Que critérios utilizam? Como fazem suas escolhas?
Não pretendemos utilizar o Teste de Repertório para classificar ou hierarquizar as vivências dos professores mas usá-lo como ponto de partida para um investigação das ações do professor de forma dialogada. Foram entrevistados oito professores de ciências das redes públicas, municipal e estadual, e particulares.
Descrição do Teste de Repertório
O professor é convidado a citar, em fichas, episódios significativos. O esperado é que o professor, ao colocar aqueles episódios mais significativos, saiba posteriormente, falar um pouco mais sobre suas impressões acerca da atividade, do envolvimento dos alunos, do seu próprio envolvimento e dos conteúdos tratados, comentando as dificuldades e os méritos da atividade.
Depois de descrever os episódios peço-lhe
que fale rapidamente sobre cada um para que eu me familiarize um pouco
com eles. A seguir, sorteio três fichas. O professor então,
deve agrupar dois episódios semelhantes e que sejam diferentes do
terceiro episódio. Ao fazer esta separação o professor
irá me dizer o critério utilizado. O critério é
anotado e os dois episódios parecidos são inseridos, em uma
escala de 1 a 5, no número 1 e o terceiro episódio é
colocado no número 5. Feito isso, todos os outros seis episódios
são classificados dentro desta escala. Os números atribuídos
são anotados em uma grade e posteriormente será feita uma
análise fatorial com todas as classificações. A intenção
é identificar padrões de classificação para
os episódios descritos e usá-los para uma discussão
no segundo encontro. O quadro 1, a seguir, mostra cada momento:
Primeiro momento | Segundo momento | Terceiro momento | Quarto momento | Quinto momento |
Citação dos nove episódios.
Breve comentário sobre os episódios.
|
Sorteio de três episódios e agrupamento
em dois semelhantes e um diferente.
Estabelecimento do critério de classificação. |
Atribuição de números aos episódios, de acordo com o critério estabelecido no momento anterior, numa escala de 1 a 5 sendo que os dois episódios semelhantes estão no número 1 e o terceiro no número 5. | Análise fatorial usando o programa computacional(Mancuso e Shaw, 1988; RepGrid, 1991). | Segundo encontro com o professor: discussões e comparações entre os episódios. |
Quadro1 - O teste e seus momentos
Aplicação
Inicialmente, no segundo encontro, concentrei minha atenção nas atividades que, através dos critérios estabelecidos pelo professor e da análise fatorial, tiveram muita proximidade, ou seja, os números atribuídos na escala de 1 a 5 foram praticamente os mesmos.
A pergunta inicial era: O que você poderia me falar sobre essas duas atividades? Elas são mesmo tão parecidas? Me fale sobre elas com mais detalhes.
A nossa intenção era a de que o professor explicitasse melhor as razões que o levaram a atribuir tais números a tais episódios. Os números propriamente não são discutidos mas os resultados atribuídos a eles. De acordo com tais números, os episódios são agrupados devido à semelhança nas classificações. A conversa então, gira em torno dessas semelhanças. A possibilidade de comparar os episódios é um momento muito rico desta metodologia.
O estabelecimento dos critérios para a classificação das atividades (segundo momento), destacou-se como um momento de tensões. Os professores tiveram muitas dificuldades pois, a princípio, só conseguiam estabelecer critérios que se referiam aos conteúdos. Em alguns casos, sugeri que os critérios poderiam ser em relação ao professor e ao aluno, como por exemplo, interesse, envolvimento, resultados.
Alguma vezes minha intervenção foi
necessária para melhor entendimento do episódio. Foi muito
interessante poder contar, nos segundos encontros, com as descrições
das atividades e os critérios usados nas classificações,
pois desta forma, eu pude conversar estando consciente de maiores detalhes
sobre as atividades.
Resultados
Como esperado, o teste de repertório proporcionou
um momento mais desafiador, onde o professor, valendo-se da memória,
contou-me sobre as atividades que desenvolveu ou desenvolve em sala de
aula. No momento em que o professor descreve nove episódios, nos
quais ele tenha ensinado Química em suas aulas de Ciências,
é possível aumentar o universo temático, o que proporcionou
um maior cenário para conversas durante o teste. As classificações
feitas pelos professores, foram artifícios para que eles detalhassem
mais suas atitudes ao desenvolver suas atividades.
Dados
Os dados aqui apresentados foram obtidos através de uma análise das transcrições das entrevistas. Buscamos, em primeiro lugar, identificar as estratégias de ação dos professores. Nas narrativas, as estratégias sempre vinham acompanhadas de justificativas. Agrupamos então, grupos de estratégias que, segundo os professores, são utilizadas no sentido de resolver algumas situações do processo de ensino aprendizagem que se colocam no dia a dia da sala de aula de Ciências. Essas estratégias foram denominadas:
O trecho abaixo, destaca a idéia da professora sobre a química como uma ciência que envolve conceitos muito abstratos.
Os trechos abaixo destacam a idéia dos professores em apresentar os fenômenos da química com uma certa magia, na intenção de chamar a atenção para o fantástico.
"Essa, ela é também assim, né? Faço de
conta que eu sou mágica, faço aquela coisa toda.... e aí
eu mostro prá eles a importância do oxigênio prá
combustão. Mas assim, na verdade eu vou trabalhar com essa combustão
mais prá frente. Mas na hora da aula não dá para você
realçar isso aí não, é a sensação
de pegar fogo." ( Nilza )
Estratégias de diversificação
Nesse grupo, os professores se utilizam de atividades
envolvendo o trabalho com contas de água, contas de luz, rótulos
e bulas de remédios, reportagens de revistas e jornais. Os professores
utilizam esse conjunto de atividades como meios de informações
diversificados e que atingem faixas etária diferenciadas (alunos
adultos do supletivo e alunos do curso normal).
"Os alimentos, a confecção daqueles alimentos. O uso do alimento natural e rótulos que a gente compra, né? Os alimentos, mais eles tem uma composição além dos nutrientes, tem aditivos. Corantes, conservantes, né? Olha composição química, de nutrientes e validade. E isso é um alimento natural que tem que ser consumido rápido, feito na hora e consumido." (Helena).
"Mas aí por exemplo, como eu tenho adultos, aí eu levo
um texto falando sobre a construção de hidrelétricas,
geração de energia. Essa questão da água tá
relacionada com essa geração de energia. Porque que o Brasil
por exemplo, usa muito mais energia elétrica do que outra fonte
de energia. Quer dizer que você já vai tentando, já
que você tem esse público adulto. Então dá prá
ir trabalhando isso, uma conta de água, uma conta de luz da prá
ser trabalhado." ( Cristina)
Estratégias de sondagem
Os professores utilizam esse conjunto de atividades
considerando que os alunos possuem conhecimentos prévios que podem
ser alternativos ou não. Consideram ainda que a explicitação
desse conhecimento pode ajudar no andamento do conteúdo, seja para
detectar contradições com o conhecimento científico,
seja para detonar uma discussão buscando contextos de vivências
dos estudantes.
"...Eu não tô lembrada muito bem como é que começou o projeto. Mas eu lembro que a gente chegou no ciclo da água. A gente estudou sobre a história da água, como era a idéia do ciclo da água desde antigamente, desde muito tempo, né? Desde Aristóteles, então a gente pegou um livro, aí nós lemos uma parte desses fatos prá eles e nós falamos sobre a água. Aí saiu, a gente falou sobre a eletrólise. Aí nós fizemos a experiência da eletrólise da água." (Dalva)
"A gente senta em círculo, né? Geralmente a turma é pequena, por exemplo, a oitava série os meninos são novos, são poucos alunos, né? A gente senta no círculo, distribui um texto, como a escola não tem muitas condições geralmente a gente trabalha com texto ou então uma experiência que dá para fazer e tal. Mas os meninos lêem o texto aí a gente tira, eu gosto muito de tirar a idéia central, eu gosto muito de dar nomes ao parágrafos. Primeiro eu peço aos meninos para dar nomes aos parágrafos, eu acho isso ótimo, porque aí como a turma é pequena. Igual acontece senta e fala qual é o nome do primeiro parágrafo aí? Aí eles não entenderam, então eles dão qualquer nome, aí você começa explorar a questão do texto, geralmente é desse jeito."( Dalva )
Conclusões
De acordo com as análises realizadas, detectamos que cada professor pensa e atua de acordo com um conjunto de construtos, que se diferenciam e modificam pela própria ação. Consideramos então que são sujeitos que reconstróem sucessivamente o seu pensamento e a sua ação. Isto se dá , de acordo com Oberg (1984), da sua experiência passada, da escolha dos valores e das situações particulares e individuais em que se encontra.
Muitos professores reconheciam, no momento da entrevista, que determinados episódios descritos foram significativos em certos momentos. Em outros, a mesma estratégia utilizada, não ofereceu bons resultados. Este fato mostra a reflexão do professor sobre as necessidades de adaptações no trabalho educativo, mesmo acreditando que a atividade parte do episódio é boa.
O uso do livro didático, é motivo de análises criticas em relação ao conteúdo específico, textos, metodologia etc. Os professores acreditam que os livros texto não são satisfatórios. Diante disto, muitos os abandonam, buscando materiais alternativos ou produzindo seu próprio material.
A deficiência na formação acadêmica em relação aos conteúdos químicos é outro fator de bastante destaque nas narrativas dos professores. Estes professores aliam as dificuldades em tratar a química no nível Fundamental à pouca habilidade em relação à tríade fenômeno, explicação do fenômeno e linguagem específicos à esta área do conhecimento.
Os professores possuem estratégias próprias de ação. São guiados pela experiência que lhe permite fazer julgamentos e escolhas. Nesta experiência estão incluídos o uso do livro didático, o contato com cursos de formação de professores, a discussão com seus pares, o dia a dia com seus alunos. O reconhecimento do perfil da escola, direção, comunidade, a disponibilidade de recursos materiais são outros fatores importantes.
O trabalho dos professores ainda envolve uma grande preocupação com o conhecimento prévio dos estudantes, como forma de guiar uma discussão baseada em seus interesses e vivências.
Diante do exposto acima, constatamos que as contribuições que os professores de ciências têm para o ensino de química são importantes. Destaca-se o uso de uma diversidade de fontes de informação como uma forma de introduzir o estudante no mundo da mídia e da defesa do consumidor além de trabalhar com a identificação dos componentes de produtos comercializados e utilizados na sua vida diária. Os nomes e as fórmula químicas começam a ser familiarizados pelos estudantes e são base para as discussões sobre substâncias puras e misturas, importante para a estruturação dos conhecimentos químicos. A pesquisa em educação tem destacado a importância de se conhecer e explorar as idéias prévias dos estudantes, prática comum entre o grupo de professores. Tal prática é base na construção de conceitos e desenvolvimento de um perfil conceitual ( Mortimer, 1994 ). Existe ainda uma preocupação muito grande em relação ao envolvimento com conceitos pouco familiares e de pouco domínio. Diante disto, os professores optam por tratá-los superficialmente ou envolvê-los em atividades transversais ou de laboratório, onde a preocupação maior é com o desenvolvimento do interesse do estudante pelas ciências.
De acordo com o panorama para o ensino de ciências
descrito inicialmente, consideramos que as ações dos professores
de ciências ao ensinar Química no nível Fundamental
são guiadas por crenças de natureza teórica, ética,
política, religiosa, econômica, social e educacional que vão
além das considerações de conteúdos específicos
e metodologias de ensino. As escolhas dos tópicos a serem ensinados,
como serão ensinados e as contribuições ao ensino,
envolvem uma jurisprudência que, ao constituir o repertório
de conhecimentos neste trabalho, poderá ser apreciada e discutida
em cursos de formação de professores de ciências, no
sentido de se repensar o ensino de Química para o nível Fundamental.
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