A CONSTRUÇÃO DE UM ZOOLÓGICO VIRTUAL POR ALUNOS DE 12 A 14 ANOS
 

Ellen Suzi C. Lima Constantino
PPGEC – Universidade Federal Rural de Pernambuco
mcldias@bol.com.br

Micheline Cavalcanti L. Dias
PPGEC – Universidade Federal Rural de Pernambuco
ellensuzi@bol.com.br

Rejane Martins Novais Barbosa
Depto de Química - Universidade Federal Rural de Pernambuco
rmnbarbosa@bol.com.br

Cristiano de Almeida Cardoso Marcelino Jr
 Depto de Química - Universidade Federal Rural de Pernambuco
Marcelino-jr@bol.com.br
 
 

Resumo

Este trabalho procurou fazer uma integração entre o ensino de ciências e as novas tecnologias, através da investigação de animais vertebrados que vivem no zoológico, como ponto de partida de um ambiente real, para posterior construção de um zoológico virtual em home page. Procurou-se também despertar nos alunos e alunas, da 6ª série do ensino fundamental, a relevância da questão ambiental, o contato com ambientes virtuais, além de se propiciar a interatividade com o computador e o incentivo à pesquisa.
 


Abstract

This research aimed to integrate science teaching with new technologies, through the investigation of invertebrate animals which live in the Zoo, taking as starting-point the real place, to build, later, in home page a virtual Zoo. It was also showed to the pupils, from the 6th year of middle school, the relevance of environment questions, the contact with virtual place, besides providing an interactivity with the computer and an incentive to the research.
 

Introdução

O século XXI estará marcado pela presença cada vez maior da ciência e de novas tecnologias nas vidas dos cidadãos e cidadãs. Sendo assim, o papel do ensino de ciências deixa de ser o de transformar alunas e alunos em futuros cientistas, para desenvolver competências e habilidades, que lhes propiciem uma postura mais crítica perante à ciência e às suas próprias vidas. Essa idéia é reforçada por BIZZO (1998:11) ao afirmar que “ensinar ciências no mundo atual deve constituir uma das prioridades para todas as escolas, que devem investir na edificação de uma população consciente e crítica diante das escolhas e decisões a serem tomadas”.
No entanto, o ensino de ciências parece estar alicerçado em pressupostos que levam em consideração aspectos puramente acadêmicos, bem distantes da realidade que cerca os alunos e alunas. A distinção entre o modelo de aluno e aluna“cientista potencial” e o ensino voltado para o entendimento e resoluções das ações cotidianas, ainda é uma questão bem complexa nas escolas, e parece não ser trivial (MOREIRA, 1999).
Hoje, ensinar ciência é um desafio maior, visto que a nossa sociedade vem se modificando muito devido à velocidade do desenvolvimento científico-tecnológico. De acordo com NUNES (1998), estima-se que o conhecimento adquirido no último século tenha sido equivalente ao obtido durante toda a história da humanidade. Este é um momento em que os computadores estão cada vez mais infiltrados no cotidiano. “O constante desenvolvimento da informática parece realmente ter envolvido o mundo em malhas, cada vez mais estreitas, operando como um agente de uma mediação que se impõe também nas relações entre pessoas, determinando novas regras comunicativas” (PELUSO, 1998:13).
 Para adaptar a educação ao mundo atual, são necessárias transformações no processo educacional, onde a tecnologia pode assumir um papel de facilitar e abreviar o processo. Nesse contexto, a tecnologia servirá como ferramenta para auxiliar a transposição de pesquisa em ambientes reais para ambientes virtuais, pois de acordo com MOURAN (1999:1), “não podemos esperar das redes eletrônicas a solução mágica para modificar profundamente a relação pedagógica, mas vão facilitar como nunca antes a pesquisa individual e grupal, o intercâmbio de professores com professores, professores com alunos e alunos com alunos”. Sendo assim, o computador não deve ser visto como uma máquina de ensinar, mas como uma ferramenta educacional de complementação e de aperfeiçoamento, estimulando as alunas e alunos na busca, seleção e uso de informações.
 A Internet é fortemente utilizada como fonte de informação e comunicação. Ela traz a oportunidade de construção de novos tipos de comunidades, comunidades virtuais, permitindo interação entre pessoas, sem necessidade de um encontro físico. Sendo um veículo que obteve o maior e mais rápido crescimento nas áreas da comunicação.
A Internet poderá ser uma ferramenta útil, compatível com as necessidades do processo educacional, se corretamente explorada e utilizada. Ela permite ampliar a pesquisa, sem precisar deslocar geograficamente o aluno e a aluna. Além do mais, conduz a uma crescente homogeneização da cultura, de forma geral, sendo ainda um canal de construção do conhecimento a partir de transformação das informações pelos alunos e alunas.
Com a chegada da Internet, defrontamos-nos com novas possibilidades, desafios e incertezas no processo de ensino-aprendizagem. A Internet durante muito tempo permaneceu restrita à comunidade acadêmica; só nos últimos três anos que o público em geral passou a freqüentá-la. Este desenvolvimento da tecnologia computacional, aliada a ambientes virtuais, está desencadeando uma riqueza no acesso as informações, jamais imaginadas.  Um outro potencial do uso da Internet está na comunicação através do correio eletrônico e de outras formas como os chat, teleconferências e videoconferências.
Dentro deste contexto os professores e professoras devem exercer um papel importante, investigando o desejo de aprender dos alunos e alunas, considerando que cada um dos recursos mencionados oferece um grau diferente de contextualização dos conteúdos veiculados. Devem ainda escolher sites para serem trabalhados que estejam a alcance do aluno e da aluna, para que estes participem de forma construtiva na formação do conhecimento. De acordo com MOURAN (1999), “Ensinar utilizando a Internet exige uma forte dose de atenção do professor. Diante de tantas possibilidades de busca, a própria navegação se torna mais sedutora do que o necessário para trabalho de interpretação. Os alunos tendem a dispersarem-se diante de tantas conexões possíveis...”. Além do mais, não podemos nos deslumbrar com a pesquisa na Internet e deixar de lado outros instrumentos didáticos.
A chave do sucesso está em integrar a Internet com o vídeo, televisão, jornal, experimentos, materiais impressos, visitas, dentre outros. Integrar o mais avançado com as técnicas já conhecidas, dentro de uma visão pedagógica nova, criativa e aberta.  A internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos e alunas, pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisas que oferece.  Esta motivação só tem sentido se o professor e professora passarem uma confiança de abertura e cordialidade com os alunos e alunas.
O ensino de Ciências Naturais tem se alterado nas últimas décadas. Se há anos atrás o principal objetivo era fornecer informações atualizadas, hoje, espera-se que esses campos do conhecimento contribuam para formar cidadãos e cidadãs capazes de compreender a sociedade fortemente influenciada pela Ciência e Tecnologia.
 A necessidade dessas mudanças nos paradigmas educacionais do ensino de Ciências Naturais remete-nos para a questão de como a tecnologia W.W.W. (World Wide Web) poderá  ajudar no processo educacional, dinamizando a infraestrutura técnico-pedagógica das escolas, facilitando uma postura interativa e ágil necessária ao indivíduo do século XXI.
 Por exemplo, ao ensinar Ciências Naturais na 6ª série do ensino fundamental, uma das principais preocupações é como abordar os seres vivos, suas espécies e populações adaptadas aos mais diversos ambientes abióticos, proporcionando ao aluno e a aluna a noção de uma natureza única, indissociável e interativa, visão esta compatível com o desenvolvimento que se pretende oportunizar ao aluno e a aluna, global, interdisciplinar e colaborativo, no tocante a benefícios da aquisição do conhecimento em geral e nas ciências em particular.
Um outro aspecto que deve ser levado em consideração na prática do ensino de ciências, é que o aluno precisa saber da existência de determinadas informações e onde estas se localizam, para que, no momento adequado as acesse. Sendo assim, a Informática Educacional com o uso da Internet, de software, de e-mail, chats, fórum e listas de discussões, pode estimular a capacidade investigativa dos alunos e alunas que é uma característica do ensino de ciências.
Neste projeto, espera-se que o aluno e a aluna, a partir da criação do zoológico virtual, percebam, que esses recursos permitirão transpor os conhecimentos adquiridos através das pesquisas em ambientes reais, para ambientes virtuais, interativos. Nessa perspectiva, professores, professoras, alunos e alunas ao usarem novas tecnologias aprenderão uns com os outros, havendo assim uma redução de status entre os educadores e aprendizes, proporcionando uma estrutura mais igualitária dentro da sala de aula.
Diante do exposto, essa pesquisa poderá proporcionar às professoras uma mudança de postura e aos alunos e alunas, perceberem como a informática facilita o processo educativo, dando a este um caráter interdisciplinar, aproximando a escola dos avanços tecnológicos e facilitando a sua inserção no mundo, onde as mudanças ocorrem rapidamente.
Sendo assim, este trabalho procurou fazer uma integração entre o ensino de ciências e as novas tecnologias, através da investigação de animais vertebrados que vivem no zoológico. Teve-se como ponto de partida um ambiente real, para posterior construção em home page de um zoológico virtual, junto com os alunos da 6ª série do ensino fundamental.  Foi objetivo também oportunizar aos alunos e alunas o contato com ambientes virtuais, despertar a relevância da questão ambiental, propiciar a interatividade com o computador e incentivá-los ao interesse pela pesquisa.
 
 

Metodologia

 Participaram da pesquisa 80 alunos e alunas, faixa etária de 12 a 14 anos, de duas turmas da 6ª série do ensino fundamental, de uma escola da rede privada do Recife, Pernambuco, coordenada por duas professoras, ciências e informática. O projeto teve a duração de quatro meses e foi dividido em 7 fases.

Fase 1 – Apresentação do projeto

Antes de definir os tipos de atividades a serem desenvolvidas no semestre letivo, foi discutido com os alunos e alunas e com a direção a proposta de trabalho para o tema de animais vertebrados. Nesta discussão, foi sugerida a visita ao Horto a partir dos alunos e alunas.

Fase 2 – Escolha da logomarca

Antes da atividade de campo e do trabalho on-line, as professoras delimitaram as tarefas a serem realizadas, pelos  alunos e alunas em pares. Estas iniciaram com um concurso para a escolha do nome e logomarca do projeto.

Fase 3 – Levantamento bibliográfico

Neste momento, os alunos e alunas foram incentivados ao levantamento bibliográfico com livros previamente selecionados pelas professoras, despertando assim, o interesse pela pesquisa.  Além disso, foram orientados para a elaboração de um trabalho dentro das normas da ABNT 2000, através do texto “pesquisa escolar”, desenvolvido pelas professoras.

Fase 4 – Pesquisa eletrônica

No Laboratório de Informática, os alunos e alunas fizeram uma pesquisa eletrônica sobre o animal escolhido, utilizando sites previamente selecionados e analisados pelas professoras.

Fase 5 – Visita ao zôo

Foi realizada uma visita ao Horto Zoo-Botânico de Dois Irmãos, localizado na mata de Dois Irmãos, Recife, a fim de serem observados além de animais em cativeiros, centenas de aves e pequenos animais que habitam esta mata e convivem harmoniosamente com o zoológico. Os alunos e alunas registraram as explicações por escrito e utilizando gravador de som, máquina fotográfica e câmera de vídeo. Além disso, também entrevistaram os profissionais do zoológico para esclarecerem dúvidas e curiosidades.
O Parque de Dois irmãos pertence ao Estado e está diretamente ligado à Secretaria de Tecnologia e Meio Ambiente, conta com cerca de 650 animais de aproximadamente 120 espécies, contemplando aves, répteis, mamíferos e um setor misto. Ele foi fundado em 14 de janeiro de 1939 e em 1997 foi revitalizado pelo governo do Estado, recebeu novos animais e passou a ser, além de um espaço de lazer ecológico mais agradável e seguro, sendo um local de educação ambiental vivo e estimulante.

Fase 6 – Discussão on line

Após a visita, foi realizado entre os alunos e alunas, uma troca de e-mail e chat sobre os dados coletados na visita ao Horto Zôo-Botânico de Dois Irmãos.

Fase 7 – Construção de home page

Cada dupla construiu uma home page a partir da organização e sistematização dos conceitos que foram formados durante o desenvolvimento do projeto, utilizando o programa FrontPage 2000.
 

Resultados

Desde o momento de apresentação do projeto, os alunos e alunas se mostraram motivados quanto à participação, tanto pela possibilidade de contato com o computador quanto pela saída da sala de aula para visita ao zoológico, ainda desconhecido para alguns. Além disso, houve demonstração de interesse pelo trabalho em grupo.
Após o período de 2 semanas, as duplas entregaram os formulários para escolha do nome e logomarca do projeto, realizada numa exposição (em um mural), seguida de um processo de votação realizado pelos próprios alunos e alunas. Após apuração dos votos, feita por um grupo de alunas e alunos, foi exposto no mural da escola o trabalho vencedor: Animais na Internet - O mundo da Internet traz o Reino Animal para você! (figura 1).
Após a escolha do animal a ser estudado por cada dupla, foi realizado um levantamento bibliográfico (figura 2). Foram escolhidos para a pesquisa animais da classe das aves (arara, avestruz, gavião, tucano, cisne, papagaio e urubu-rei), dos répteis (jabuti, jacaré) e dos mamíferos (urso, macaco, camelo, leão, onça, raposa, gato-do-mato, capivara e cutia).


O mundo da Internet traz o Reino Animal para você!




Figura 1 – Desenho das alunas, Letícia (12 anos) e Carolina (13 anos), vencedor do concurso da
                 escolha da logomarca do projeto.
 
 

Figura 2 – Alunos e alunas realizando o levantamento bibliográfico

Nas três aulas que ocorreram no Laboratório de Informática, foi feita pelos alunos e alunas uma pesquisa eletrônica sobre os animais escolhidos, nos sites sugeridos, ver fase 4. As informações sobre os animais foram catalogadas, de acordo com o roteiro entregue aos alunos e alunas contendo: nome científico, nome vulgar, aspectos físicos, aspectos psicológicos, distribuição geográfica (figura 3).
 


Figura 3 – Pesquisa eletrônica no laboratório de informática
 

A visita ao Horto Zoo-Botânico de Dois Irmãos serviu para que os alunos e alunas coletassem os dados sobre cada animal selecionado. Durante a visita, os alunos e alunas mostraram-se interessados nas explicações dos monitores e tiveram oportunidade de conversar com a direção da instituição e com um dos veterinários. Todas as atividades desenvolvidas foram registradas  (figura 4)  conforme consta na metodologia (fase 5).
 


Figura 4 -  Alunos e alunas realizando a visita ao zôo

As atividades extraclasse proporcionaram um maior interesse e participação dos alunos e alunas, servindo ainda, para manter o entusiasmo pelo projeto. Essas atividades propiciaram situações de investigação e de construção de conhecimento, nem sempre criadas em ambiente tradicional de sala de aula. A riqueza de material vivo que se pôde encontrar e analisar no próprio ambiente tornou bastante valioso o estudo das relações entre os seres vivos e o meio (figura 5).
 


Figura 5 - Alunos e alunas observando material vivo no zôo
 

Os aspectos do comportamento animal verificados na visita permitiram que os alunos e alunas pudessem observar detalhes, quase impossíveis de serem constatados de outra forma, conforme registrado nas discussões e relatos ao retornarem à escola. Os alunos e as alunas relataram que um dia de aula fora do ambiente escolar é muito divertido, pois foi possível ter um contato maior com os colegas e professoras. Muitos aproveitaram para rever e outros para conhecer o zôo. Acharam também interessantes as informações recebidas pelos monitores. Entretanto, às vezes, algumas informações que eles queriam os monitores não sabiam e nem sempre eles disponibilizaram de tempo suficiente pa coletar dados dos animais escolhidos, pois os monitores passavam muito rápido pela jaula.
Os alunos e alunas acharam interessante o comportamento de cada animal, o tipo de alimentação, que é bem diferenciada, o processo de reprodução, além de algumas curiosidades relatadas pelos monitores e veterinário. Eles pensavam que a função do zoológico era expor animais presos em jaulas como se fossem artigos em uma vitrine. Com esta atividade, passaram a entender que o zoológico tem como finalidade primordial à preservação das espécies, além de ser um local de lazer e de educação ambiental. Também, antes da visita, muitos alunos e alunas achavam que o zôo era um lugar ruim, no entanto, após melhor conhece-lo passaram a entender que o parque é um lugar onde os animais são bem tratados, tem acompanhamento de veterinários, nutricionistas, biólogos e estagiários da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Essas discussões enriqueceram os conteúdos dos e-mails que os alunos e alunas trocaram entre si e com as professoras na aula seguinte. Os chats coordenados pelas professoras, ocorreram com sucesso, devido à empolgação e participação dos alunos e alunas, conforme verificado em alguns dos registros. “É preciso que os visitantes sejam mais conscientes, e não joguem comida ou qualquer outra coisa aos animais, preservando a saúde e o bem estar deles”. “O zoológico é uma ótima opção de lazer e também preserva os mais em extinção”. “É preciso respeitar estes animais assim como os outros e o seu espaço para que viram mais tranqüilos”.
 


Figura 6 - Alunos e alunas coletando informações sobre os animais
 

A partir das informações que os alunos e alunas possuíram foram construídas, em dupla, as home pages (figuras 7 a 10). Nesta etapa, além da participação das duas professoras, houve a colaboração da professora de português, que orientou os textos produzidos dentro das normas gramaticais.


Figura 7 –  Home page da arara

Figura 8 –  Home page do macaco


Figura 9 –  Home page do jabuti


Figura 10 –  Home page do avestruz

Todas as home pages construídas foram disponibilizadas no laboratório de informática, permitindo aos alunos e alunas o acesso ao zoológico virtual.
O projeto também estimulou a participação de outros professores e professoras da escola.  Foram desenvolvidas atividades como: construção de uma história em quadrinhos (inglês), investigação sobre a destruição da Mata Atlântica, (geografia), relato sobre o histórico da fundação do Jardim Botânico.(história), produção de textos (português) e pintura em painés (educação artística). Figura 11.
 


Figura 11 – Painel artístico produzido

As atividades extraclasses, como visita a um zoológico, a um jardim botânico, a reservas florestais, são experiências concretas com plantas e animais, que possibilitam aos alunos e alunas entrarem numa comunhão com a vida e a natureza. Essas experiências são decisivas na fase da infância e da adolescência, determinando a postura que o indivíduo terá no futuro. É quando se adquirem valores que nortearão as futuras relações humanas. Pensar com os alunos e alunas sobre a natureza, permite uma reflexão maior sobre o ser humano, o lugar que ele ocupa na terra e a sua responsabilidade para com tudo o que existe ao redor.
Quando o aluno aprende mais sobre os seres vivos, ele aprende a amar plantas e animais, ele desenvolve mais respeito pela vida como um todo e ainda sabendo a importância de tudo o que é vivo. Isso é na verdade, um princípio ético e sem teorizar, mas vivendo, tentamos passá-lo através desta caminhada no Horto de Dois Irmãos aos nossos alunos e alunas. A consciência ecológica não nasce por acaso na cabeça dessas estudantes. Ela é fruto de uma educação sistemática, em casa, e na escola. A escola sozinha não consegue tal feito. Os alunos e alunas até podem argumentar em casa, levar novos valores, mas se os pais não os acatam, o que foi aprendido na escola fica perdido. Da mesma forma, o que foi vivido em família ganha mais força quando tem ressonância na escola e na sociedade. O pouco que cada pessoa faz dá o resultado final, fazendo com que as coisas andem bem ou mal neste planeta e o ambiente em que vivemos seja mais ou menos poluído, agradável, harmonioso e acolhedor.
 As mudanças na prática pedagógica não acontecem por imposição ou apenas porque se deseja. Para se tornar um professor reflexivo precisa-se de tempo e condições e requer a reconstrução de concepções.  Além disso, o professor precisa adotar em sua prática uma interação entre sociedade, tecnologia e meio ambiente. Também necessita avaliar a sua prática pedagógica, considerando as necessidades de seus alunos e alunas para que eles consigam integrar o conhecimento teórico com a ação prática. Este processo precisa ser vivenciado e compartilhado com outros colegas.  A ajuda de docentes mais experientes nas críticas e sugestões aos modelos desenvolvidos e na construção de uma nova prática pedagógica é importantíssima na ação educativa.
 Em suma, não existem receitas testadas, de como o professor deva fazer, usar e pensar para ministrar boas aulas de ciências. Nem tão pouco de resolver seus problemas de sala de aulo, dos mais simples aos mais complexos.
 
 

Conclusões

 Diferentemente da prática utilizada com certa freqüência por alguns professores e professoras, concernente à ênfase demasiada aos livros didáticos, este trabalho proporcionou a construção do conhecimento através de diferentes ambientes e abordagens. Esta pesquisa permitiu aos alunos perceberem a importância do uso das novas tecnologias na educação. O contato com ambientes virtuais, além do estímulo à criatividade, atuou como uma ferramenta na construção dos conceitos sobre os seres vivos, especialmente os animais vertebrados. Além disso, os chats e as trocas de e-mails estimularam, mais ainda, as interações entre alunos e professoras.
 A visita ao zoológico, além de contribuir para a construção das home pages, serviu para reforçar a visão dos alunos e alunas voltada à conscientização ecológica e a função do zoológico  na preservação das espécies.  A motivação dos alunos no desempenho das atividades repercutiu e despertou a comunidade escolar resultando em atividades complementares às propostas inicialmente, com a participação de outros professores e alunos, contribuindo para a socialização escolar.
 
 
 

Referências Bibliográficas

BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil ? São Paulo: Àtica.1998.

MELO, Maria do Rosário. Ensino de Ciências: uma participação ativa e cotidiana, 2000.
Disponível em <http:// www.rosamelo.hpg.com.br>

MOURAM, José Manuel. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 1ªed.São Paulo: Papirus.1999

MOREIRA, Marco Antonio. A educação em Ciências no primeiro e segundo graus. 1999.
Disponível em <http://www.cnpq.br/sem-edu-cie/cont-marco.htm>

NUNES, César. Tecnofobia, 2000.
Disponível em <http:// www.moderna.com.br/cibergiz/internet/tecnofobia/index.htm>

PELUSO, Ângelo (Org.). Informática e Afetividade: A evolução teconologia conducionará nossos sentimento. Bauru, SP: EDUSC, 1998.