AS RELAÇÕES AFETIVAS NA SALA DE AULA COMO FATORES MOTIVACIONAIS PARA A APRENDIZAGEM DOS CONTEÚDOS DE BIOLOGIA


Ana Luiza Nunes Borges de Paula
analun@terra.com.br

Ana Maria de Oliveira Cunha
anacunha@rapidanet.com.br


Resumo

    Neste trabalho, após expormos argumentos de educadores sobre a importância de se considerar aspectos afetivos para o sucesso da aprendizagem dos alunos, apresentamos resultados de uma pesquisa enquadrada dentro desse paradigma, na qual propusemos investigar a relação entre o modo de agir dos professores em sala de aula e a motivação dos alunos para estudar os conteúdos de Biologia. Nossa situação de investigação se deu em um colégio particular de ensino médio, de uma cidade do interior do Brasil. Selecionamos as turmas da 3ª série, por terem cada uma delas três professores de Biologia. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa cujos instrumentos de coleta de dados foram observações estruturadas de aulas, questionários aplicados aos alunos e entrevistas realizadas como os professores. Os resultados da pesquisa apontaram para a relevância do bom relacionamento estabelecido entre professores e alunos. Observamos uma relação direta entre um clima agradável de sala de aula, proporcionado pela afabilidade do professor no trato com seus alunos e a motivação dos mesmos para estudar o conteúdo de sua disciplina.
Palavras - chave: afetividade; motivação; aprendizagem; relação professor/ aluno.



Abstract

    After presenting educators' arguments for the importance of taking emotional aspects into account for students' successful learning, we show results of a research study carried out within this paradigm. In this research we aimed at investigating the relationship between teachers' behavior in the classroom and students' motivation to learn Biology. Our investigation setting was a private high school in an inland Brazilian town. We chose third-grade classes because each of them has three Biology teachers. It was a qualitative study whose data collection tools were structured class observations, questionnaires filled out by students and interviews carried out with teachers. Research results point towards the relevance of a good relationship between teachers and students. We have noticed a direct relationship between a pleasant atmosphere in the classroom provided by the teachers' kindness towards their students and the students' motivation to learn that subject matter.
Key words:  affection; motivation; learning; teacher-student relationship
 

Introdução

    A afetividade é hoje compreendida como o ponto chave nas relações produtivas e, em decorrência tem recebido especial destaque em diversos campos da atuação humana. No campo da educação, pesquisas têm corroborado a idéia defendida há muito por psicólogos, educadores, epistemólogos, de que o processo ensino-aprendizagem é influenciado dentre outros fatores, pela qualidade das relações afetivas desencadeadas em sala de aula. Afetividade nas interações de sala de aula significa se preocupar com seus alunos, reconhecê-los como indivíduos autônomos, com uma experiência de vida diferente da sua, com direito a ter preferências e desejos nem sempre iguais aos seus. Aceitá-los em suas nuances e respeitá-los.

    A situação de ensino em sala de aula pode ser descrita como um encontro, repetido durante espaços de tempo, cuja finalidade é a aprendizagem do aluno. Nesse encontro, seres humanos, confinados dentro dos limites da classe, se defrontam, se comunicam e se influenciam mutuamente (Bordenave e Pereira 1984). Para esse autores, o modo de agir do professor em sala de aula é o maior colaborador para uma adequada aprendizagem dos alunos. Dentro do paradigma de que o comportamento do professor reflete de maneira especial no processo ensino-aprendizagem sendo sua postura diante dos alunos parte importante nesse processo, nos propusemos a investigar a relação entre o modo de agir dos professores em sala de aula e a motivação dos alunos para estudar os conteúdos de Biologia. A pesquisa não enfocará questões específicas do conteúdo da Biologia, apenas estará buscando ver o apreço por essa disciplina.

Perspectiva teórica

    O modelo de mudança conceitual proposto por Posner et al (1982), considerando a aprendizagem como uma atividade racional, em que se compreende as idéias, por elas serem inteligíveis e racionais tem sofrido críticas que apontaram para a necessidade de modificações. As condições básicas para que ocorra a aprendizagem segundo o referido modelo, que serviu de referencial para muitos trabalhos a partir da sua proposição, enfatizam tão somente aspectos racionais. Os próprios autores, na revisão que fizeram da sua teoria (Posner e Strike, 1992), reconheceram que deram pouca ênfase às variáveis afetivas e motivacionais que interferem na aprendizagem e apontaram para algo mais além da racionalidade a interferir nas situações de aprendizagem.

    Dentre os vários autores que teceram críticas ao modelo de Posner, destacamos Pintrich et al (1993), que o consideram excessivamente racional, aludindo que o mesmo não leva em conta os meios pelos quais as crenças motivacionais dos alunos sobre eles próprios como aprendizes e sobre seus papéis enquanto sujeitos inseridos em uma comunidade de aprendizagem escolar podem facilitar ou não o processo de mudança conceitual no contexto de sala de aula. Alegam que as condições básicas do modelo de mudança conceitual de Posner (insatisfação com os conceitos existentes; existência de uma outra concepção inteligível; existência de uma outra concepção plausível; existência de outra concepção frutífera) dependem de outros fatores além dos cognitivos.

    Carvalho & Gil Perez (1993), ao abordar o que deverá saber e saber fazer o professor de Ciências, apresentam como elementos fundamentais: conhecer a matéria a ser ensinada (conhecimentos dos conteúdos, de seus processos de construção e de suas relações com a Tecnologia e Sociedade); conhecer e questionar o pensamento docente espontâneo (visões relativas ao senso comum que envolvem concepções simplistas sobre a Ciência e sobre o seu ensino); adquirir conhecimentos teóricos sobre a aprendizagem e especificamente sobre a aprendizagem de Ciências; saber analisar criticamente o ensino habitual; saber preparar atividades; saber dirigir a atividade dos alunos; saber avaliar; utilizar a pesquisa e a inovação. Em nossa análise, os elementos destacados colocam bastante peso em aspectos puramente racionais.

    Elencaremos a seguir o pensamento de outros autores, defendendo a relevância dos aspectos afetivos em sala, influenciando positivamente a aprendizagem. Iniciaremos por Sigmund Freud (1865-1939), para quem a aquisição do conhecimento depende estritamente da relação do aluno com seus professores

    Continuamos com Wallon (1982) que defende que a afetividade que se manifesta na relação professor-aluno constitui-se elemento inseparável do processo de construção do conhecimento. A qualidade da interação pedagógica vai conferir um sentido afetivo para o objeto de conhecimento. A relação que caracteriza o ensinar e o aprender transcorre a partir de vínculos entre as pessoas e inicia-se no âmbito familiar. A base desta relação vincular é afetiva. Nesse sentido, para a criança, torna-se importante e fundamental o papel do vínculo afetivo, que inicialmente apresenta-se na relação pai-mãe-filho e, muitas vezes, irmãos. No decorrer do desenvolvimento, os vínculos afetivos vão ampliando-se e a figura do professor surge com grande importância na relação de ensino e aprendizagem.

    Com relação ao vínculo que se estabelece entre professores e alunos, Fernández (1991) sustenta que para aprender, necessitam-se dois personagens (ensinante e aprendente) e um vínculo que se estabelece entre ambos. Completando seu raciocínio o autor argumenta que não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar.

    Extraímos dessas colocações que toda aprendizagem está impregnada de afetividade, já que ocorre a partir das interações sociais, num processo vincular. Na aprendizagem escolar, a trama que se tece entre alunos, professores, conteúdo escolar, livros, escrita, não acontece puramente no campo cognitivo. Existe uma base afetiva permeando essas relações. Piaget foi um dos primeiros a chamar atenção para a indissociação da cognição e afeto. Almeida (1997) argumenta que a participação dos aspectos afetivos e cognitivos em todas as realizações humanas é indiscutível, pois não devemos esquecer que o homem age como um todo. E dependendo da atividade há uma predominância de um desses aspectos; entretanto não se trata em nenhum momento da exclusão de um em função do outro, mas de um jogo de alternâncias em que um submerge para que o outro possa se estender. Na óptica de Wallon (1968) de que é possível atuar sobre o cognitivo via afetivo e vice-versa deixa evidente que condições afetivas favoráveis facilitam a aprendizagem.

    Na visão de Dantas (1993) a questão emocional deve ser vista como constituindo um dos objetivos da ação pedagógica. A temperatura afetivo-relacional da relação pedagógica representará provavelmente o elemento catalisador sem o qual a reação de síntese cognitiva não se realiza. A autora, como conclusão de seus estudos enfatiza que sem vínculo afetivo não há aprendizagem.

    Para Corrêa (1995), o aluno além de possuir as condições físicas e emocionais necessárias ao aprendizado, precisa querer aprender e estar disposto a despender o esforço necessário ao aprender. Cabe ao professor criar um clima favorável à essa disposição do aluno. É dentro dessa perspectiva, que o professor deve atuar como um facilitador da aprendizagem, aquele que cria um clima propício para que o aluno possa construir seus próprios conhecimentos.

    Partindo desse pressuposto, o papel do outro no processo de aprendizagem torna-se fundamental. Conseqüentemente, a mediação e a qualidade das interações sociais em sala de aula ganham destaque. Smolka e Góes (1995), ao se referirem à idéia de mediação, representam-na como uma relação sujeito-sujeito-objeto, o que significa dizer que é através de outros que o sujeito estabelece relações com objetos de conhecimento.

    Para Freire (1996), a prática educativa deve ser entendida como um exercício constante em favor da produção e desenvolvimento da autonomia dos educandos, que perde completamente o sentido sem o querer bem por aqueles e sem o gosto da alegria por sua prática. Nesse mesmo sentido Corrêa (1995) afirma que na arte especial de ensinar, métodos não bastam, pois é preciso interesse pelos alunos e muito afeto para temperar as relações em sala de aula e ajudar no desenvolvimento cultural e afetivo dos educandos.

    Segundo Almeida (1997), conhecer seus alunos no aspecto não somente cognitivo, mas também emocional, torna mais fácil garantir a otimização das interações. Nesta interação, ambos, professor e aluno, exercem função indispensável, entretanto para Abreu e Masseto (1990) cabe ao primeiro tomar a maior parte das iniciativas, incluindo "dar o tom" no relacionamento estabelecido entre eles. O professor deve exercer um papel de organizador do ambiente, transformando-o em um ambiente acolhedor, cheio de atrativos, que desperte o interesse da criança e proporcione atividades significativas, demonstrando que está percebendo as necessidades de seus alunos naquele momento. A sala de aula, portanto, deve ser uma oficina de convivência, e o professor, um profissional das relações.

    Lima (1993) discute que, normalmente os jovens alcançam um nível de rendimento mais elevado, e mesmo tendem a melhor superar dificuldades em uma determinada disciplina, quando simpatizam com o professor que a está ministrando. E ainda, completando este raciocínio, o autor diz que a razão do professor ser considerado ruim não é identificada geralmente, na sua atividade acadêmico-pedagógica e sim em suas características pessoais.
 

Metodologia da pesquisa

O contexto

    A natureza da questão que nos propusemos a analisar levou-nos a optar pela pesquisa qualitativa que, de acordo com Lüdke & André (1986), possibilita um contato pessoal e estreito com o fenômeno pesquisado.

    Nossa situação de investigação se deu em um colégio particular de uma cidade do interior do Brasil, situado em um bairro de classe média, próximo ao centro da cidade. A escola funciona nos três turnos e conta com 3 mil alunos, 65 funcionários e 200 professores. Uma característica a ser destacada nessa escola, é a busca pelo alto padrão de ensino, reconhecido pela maioria dos seus alunos e professores. Vale salientar que o colégio exibe um excelente desempenho nos exames vestibulares.

A amostra

    Este colégio possuía no momento da pesquisa, seis salas de 3ª série do ensino médio, que funcionavam no período da manhã. A escolha das 3ª séries se deu em função de cada uma das turmas terem três professores de Biologia, cad um responsável por uma parte do programa. Para constituir a nossa amostra de alunos, selecionamos as três turmas mais homogêneas, cujos alunos eram alunos do colégio há mais tempo. Esses procedimentos nos permitiam controlar em parte as variáveis envolvidas na questão. Os alunos que participaram da pesquisa foram escolhidos de forma aleatória, desde que se obedecesse o critério de 10 por sala escolhida. Dentre os 30 alunos, 18 eram do sexo feminino e 12 do sexo masculino, sendo que, 22 deles estavam com 17 anos e oito com 18 anos.

    Os três professores foram designados pelas letras A, B e C. O é o mais novo (30 anos) e possui menor tempo de atuação profissional (7 anos); o professor B (33 anos), está há 13 trabalhando na educação e o professor C (34 anos), há 12 trabalha como docente. O era responsável pelo conteúdo de Morfofisiologia Vegetal, Embriologia e Evolução: Ao professor B, coube os conteúdos de Grupos Vegetais, Citologia, Histologia e Fisiologia Humana, e ao professor C, os conteúdos de Genética, Zoologia e Ecologia.

Coleta de dados

    Num primeiro momento, através de pesquisa documental, realizada na própria escola, obtivemos informações sobre a realidade do colégio. Para completar essas informações entabulamos conversas informais com funcionários da escola. Em seguida, construímos com o auxílio dos psicólogos e pedagogos da escola, um perfil geral das turmas.

    Em seguida fizemos observações prévias, não sistematizadas do ambiente escolar, e das aulas dos professores. Essas primeiras observações tiveram como foco principal o comportamento e a postura do corpo discente e docente e também a interação existente entre eles, em sala de aula. Observar posturas, gestos, expressões faciais foi de fundamental importância para nossas percepções, pois expressam grande parte da afetividade. A motivação para aprender, variável que pretendíamos observar, foi inferida por meio de observações do comportamento dos alunos que apontam para esta predisposição tais como: apreço pela matéria, cumprimento de tarefas, pontualidade, freqüência, participação nas aulas, aproveitamento na disciplina, empenho quanto a aprendizagem.

    Essas observações visavam subsidiar a construção dos questionários, da ficha de observação e das questões das entrevistas. Além dessas observações que aconteceram durante todo o ano, foram observadas quatro aulas baseadas em um roteiro estruturado, apresentado a seguir.
 
 
 

Evidências da Interação Professor – Aluno

Professor        A (   )       B (   )          C (   )          Turma ________ Data _______

Assunto da aula _________________________________________

1. O clima da aula é:
a. frio  b. rígido  c. afetuoso  d. agradável
2. O professor é:
a. sério     b. brincalhão     c. desligado     d. irônico     e. afetuoso
3. O professor é intolerante e ríspido
a. sim  b. não  c. às vezes
4. O tom de voz do professor é:
a. alto    b. ansioso    c. baixo    d. sereno    e. chamativo    f. irônico
5. O professor se mostra motivado para ensinar
a. muito  b. pouco  c. mais ou menos
6. O professor perante perguntas e dúvidas dos alunos
a. explica com entusiasmo  b. dá explicações lacônicas  c. ignora
7. A participação dos alunos é:
a. imposta  b. voluntária  c. são dispersos
8. Diante da participação dos alunos, o professor:
a. critica  b. ignora  c. elogia  d. demonstra interesse
9. Diante do desinteresse e apatia dos alunos, o professor:
a. mostra-se impaciente b. chama-os para a aula uma única vez
c. chama-os para a aula várias vezes d. ignora
10.  Diante do aluno tímido, o professor:
a. chama-o para a aula b. ignora-o  c. faz menção a ele raramente d. critica-o  e. é afetuoso com ele
11.  Diante dos alunos indisciplinados, o professor:
a. chama a atenção calmamente b. chama a atenção com impaciência
c. procura conversar com eles individualmente  d. ignora-o
12.  Diante dos erros dos alunos, o professor:
a. corrige de forma exteriorizada   b. corrige individualmente 
c. corrige apenas com expressões faciais  d. ignora-os  e. mantém-se calmo
13.  Quando erra e/ou é criticado o professor:
a. acata à crítica humildemente  b. reconhece seu erro c. não assume seus erros d. destrata os alunos por criticarem-no e. ignora erro e crítica
14.  O professor chama os alunos para a aula:
a. para obter disciplina b. cobrando participação  c. para ressaltar conteúdo importante
15.  O nível de preocupação do professor com o envolvimento da turma é:
a. alto b. médio c. baixo d. nulo
16.  Há maior interesse dos alunos na:
a. expositiva tradicional b. expositiva interativa c. aula em grupos d. aula prática
17.  Os alunos fazem brincadeiras?
a. sim  b. não  c. às vezes
18.  A porcentagem de alunos freqüentes é:
a. 70%-100%  b. 50%-60%  c. 0%-50%
19.  A porcentagem de alunos pontuais é:
a. 70%-100%  b. 50%-60%  c. 0%-50%
20. Os alunos se mostram motivados para a aula?
a. sim  b. não  c. às vezes
20.  De maneira geral, o professor:
a. (   ) subestima os alunos
b. (   ) é gentil e atencioso com eles
c. (   ) trata os alunos com paciência
d. (   ) chama os alunos pelo nome
e. (   ) dá abertura para os alunos perguntarem
f. (   ) ouve os relatos dos alunos
g. (   ) trata igualmente a todos os alunos
h. (   ) manifesta senso de humor e faz a classe rir

    Em seguida aplicamos o questionário abaixo para obtermos a opinião dos alunos.

    Aplicamos os questionários aos alunos
 

Prezado aluno,

 Estou fazendo um trabalho sobre o relacionamento professor/aluno nas aulas de Biologia e os reflexos desta interação na disponibilidade para aprender do aluno. Portanto, preciso muito de sua colaboração. É importante que suas respostas sejam sinceras. Os professores não terão acesso às suas respostas.

Idade: ______ Sexo: ______ Turma: ______ Sala: ______ Data: ______

1. Porque você estuda no Colégio Nacional?
2. Você gosta de estudar no colégio Nacional?
a. sim  b. não  c. mais ou menos
3. De uma forma geral, seus professores são bons?
a. sim  b. não  c. mais ou menos
4. O que você mais gosta em seus professores?
5. O que você julga importante no comportamento do professor em sala de aula?
6. Que tipo de professor ensina com mais sucesso:
a. aquele frio e distante
b. aquele mais comunicativo
c. aquele mais carinhoso 
d. aquele mais bravo
e. aquele que sabe mais a matéria
7. O ambiente da escola, é:
a. agradável  b. desagradável  c. frio
8. O relacionamento com os professores é:
a. muito bom  b. bom  c. ruim d. indiferente
9. Quanto aos seus professores de Biologia, você:
a. simpatiza com todos eles
b. não simpatiza
c. simpatiza com apenas um
d. lhe é indiferente
10.  Dos conteúdos que você estudou em Biologia, qual você mais gosta?
11.  O professor que deu esse conteúdo, influenciou na sua preferência? Porque?
12.  Que tipo de professor de Biologia você mais gosta?
13.  Com qual professor de Biologia você mis aprende os conteúdos? Porque?
14.  Que mudanças você faria nas suas aulas de Biologia.
 

                          Agradeço-lhe pela ajuda para a realização do  trabalho...
Ana Luiza.
 

    Finalmente realizamos entrevistas sistematizadas com os professores, conforme roteiro abaixo:
 
 

1. Como é o clima de sua sala de aula?
2. Vocês acham que esse clima de sala de aula influencia na aprendizagem dos alunos?
3. Quais seriam os elementos que condicionam um bom clima de sala de aula e que podem influenciar na relação professor-aluno?
4. Como deve ser o comportamento do professor para proporcionar um bom clima de sala de aula?
5. Qual o tipo de sala que mais os motiva a dar aulas?

Resultados e discussão

    Nos deteremos a apresentar e discutir nesse artigo somente os dados obtidos por meio das observações das aulas, dos questionários dos alunos e das entrevistas com os professores. Foi feito um recorte daquelas questões mais diretamente ligadas ao objetivo dessa pesquisa.

A percepção da pesquisadora

    Conforme a análise dos dados obtidos com o auxilio do roteiro de observação, pudemos constatar que o professor A possui um comportamento oscilante em sala de aula, mostrando-se tolerante em alguns momentos e intolerante em outros. Apresentou comportamentos, tais como: ser brincalhão, afetuoso, motivado com a aula, entusiasmado ao explicar as dúvidas e aberto a perguntas. Entretanto na maioria das vezes mostrava-se intolerante, ríspido, irônico, apresentando um tom de voz ansioso e inseguro, subestimando os alunos e chamando a atenção para a indisciplina com impaciência. Por seu lado, os alunos em geral se mostraram muito dispersos e participaram pouco das aulas. Em poucas oportunidades se mostravam motivados e a participação era imposta. No final das aulas os alunos pareciam cansados e reclamavam muito do professor.

    Vários autores em nosso referencial teórico chamaram atenção para uma necessidade no refinamento na afetividade dos relacionamentos docente e discente, e uma re-elaboração cognitiva da emocionalidade do próprio educador e o ajuste nas formas de intercâmbio.

    O professor B em sala de aula, mostrou-se na maioria das vezes muito motivado, brincalhão e tolerante. Chamava a atenção calmamente pela indisciplina, demonstrando muito senso de humor e habilidade de fazer a turma rir. Entretanto, apresentou atitudes de indiferença em relação aos alunos como pouca preocupação com o envolvimento da turma, ignorar a apatia e os alunos tímidos e dar explicações lacônicas e desinteressadas quando um aluno questionava. Esse professor não chamava os alunos pelo nome, demonstrando não conhecer seus nomes e nem estar interessado em aprender. Os alunos durante suas aulas estiveram muito dispersos, embora às vezes se mostrassem motivados e a participação fosse voluntária e não imposta.

    O professor C mostrou-se muito afetuoso, tolerante, humilde e tímido. Apresentava um tom de voz sereno e chamativo, demonstrando empolgação. Muito motivado para ensinar, explicava sempre as dúvidas dos alunos com entusiasmo. Quando erra e ou é criticado, esse professor acata humildemente e assume seus erros. Chama atenção dos alunos quando quer ressaltar algum ponto do conteúdo. Mostrou-se gentil e atencioso com os alunos, atendendo-os individualmente no final das aulas. Às vezes ignorava a apatia e os alunos tímidos e a indisciplina. Seus alunos mostraram-se muito motivados para as aulas, com uma participação intensa e voluntária. Durante as aulas observadas, encontramos pouquíssimos alunos dispersos. No final das aulas ouvíamos constantes elogios ao professor, principalmente referindo-se à sua gentileza.

    O professor C vem corporificar o pensamento de Baxter (1954), para quem os bons educadores guiam seus alunos por meio de sugestões suaves e em voz baixa, e os tratam demonstrando por eles um respeitoso interesse como pessoas. Com isso, o entusiasmo, a cordialidade e cortesia exteriorizados por ambas as partes se unem ao espírito de colaboração constante.

    A partir das observações das aulas de Biologia, podemos inferir uma relação direta entre o modo do professor agir em sala de aula e uma resposta positiva dos alunos para suas aulas. Embora não se perceba um comportamento muito diferente entre os três professores, pois os três dominam bem o conteúdo e esforçam-se por dar boas aulas, são nítidas as diferenças no trato com os alunos. Essas diferenças são respondidas pelos alunos, com manifestações de agrado ou desagrado e com níveis diferentes de interesse em participar das aulas.

A opinião dos alunos

    Nessa sessão analisamos as respostas dos alunos emitidas nos questionários. Nos deteremos apenas aquelas respostas que dizem mais respeito ao modo de agir do professor em sala de aula e da motivação dos alunos para estudar os conteúdos de suas disciplinas.

    Dentre os 30 alunos que participaram desta pesquisa, 25 disseram gostar de estudar no colégio. A grande maioria, também está satisfeita com os professores, não tendo havido nenhum aluno que alegasse que os professores são ruins, comprovando a popularidade da escola analisada. 100% dos alunos questionados, disseram que o ambiente do colégio é agradável.

    O que os alunos mais admiram em seus professores de maneira geral, é a habilidade de explicarem bem a matéria "Admiro a maneira simples e agradável dos professores explicarem a matéria" e a maneira dos mesmos se relacionarem com os alunos "e também a boa comunicação com os alunos". São enfáticos nesse sentido "Os professores são amigáveis e de fácil relacionamento". "O que mais gosto é a persistência dedicação interesse para conosco e muito companheirismo".

    Quando inquiridos sobre o que julgam importante no comportamento do professor em sala de aula, os alunos alegaram o controle da sala, o respeito pelo aluno, a amizade e a comunicação: "O ato mais importante em um professor é que ele deve manter a ordem e o respeito dentro de sala de aula sem desrespeitar o aluno". "O professor deve manter a disciplina, o controle da sala utilizando da autoridade sem ser arrogante". "O professor deve ser amigo dos alunos, mas mantendo a ordem". "O professor deve ter uma relação de amizade com os alunos assim a aula se torna mais participativa". "Deve entrosa-se com a sala e ser comunicativo". "A Biologia é a matéria que eu mais gosto, mas dependendo do professor eu não gosto".

    Dos 30 alunos que responderam o questionário 28 afirmaram que o melhor professor é aquele mais comunicativo e que se interessa mais pelo aluno. Somente um aluno respondeu que o professor que obtém maior sucesso é aquele que sabe mais a matéria. O outro aluno de nossa amostra diz acreditar que o melhor professor é o mais carinhoso.

    Especificamente sobre os 3 professores de Biologia (professores A, B e C) que trabalham com a terceira série do ensino médio, neste colégio, a maioria dos alunos afirmou ter simpatia por eles. Destes, o professor mais citado como aquele com o qual eles mais aprenderam os conteúdos foi o professor C, apontado por 23 dos 30 alunos: "O professor C, pois ele sabe como obter sucesso na participação da turma, é comunicativo, direto, simpático e muito paciente". É comunicativo, amigo , capacitado e nos entende". Gosto do professor C, pois ele sabe como obter sucesso na participação da turma. É comunicativo direto, simpático e muito paciente. Dos conteúdos estudados em Biologia, 24 alunos afirmaram ter gostado mais de Genética, conteúdo este, ministrado pelo professor C e quatro preferiram o conteúdo de Fisiologia Humana, ministrado pelo professor B. Segundo eles, o professor que ministrou os conteúdos, influenciou na sua preferência pelo mesmo e não a preferência pelo conteúdo, determinou a preferência pelo professor. Em relação à essa questão assim se expressaram: "Quando você gosta do professor você gosta da matéria". "O professor fez com que eu me interessasse mais pela matéria". Eu já gostava de Genética, mas o professor me fez gostar ainda mais".

    Os quatro alunos que elegeram o professor B como o preferido salientaram seu lado divertido. "Prefiro o professor B pois ele brinca explicando a matéria". "O professor nos ensina brincando de uma forma descontraída e assim fica mais fácil aprender".

    Nenhum dos alunos apontou o professor A, como melhor professor.

    Ao serem solicitados a falar sobre que tipo de professor de Biologia eles mais gostam, disseram que o que mais gostam é aquele professor que explica bem e de forma clara, o professor dinâmico, comunicativo e amigo: "O professor educado, companheiro, atencioso para com os alunos, persistente e dedicado".

    Em seus depoimentos os alunos ressaltaram bastante a positividade de um professor afetuoso, amigo e que sabe respeitar o aluno como pessoa.
 

A opinião dos professores

    A opinião dos professores foi obtida por meio das entrevistas. Foi perguntado a eles sobre o clima de suas aulas e se eles o consideram importante para a aprendizagem do aluno.

    O professor A afirmou, que o clima de sua sala de aula é afetuoso, mas em seguida conserta dizendo que embora tente estabelecer uma relação afetuosa, coloca limites que acabam prejudicando um pouco este clima. Em suas palavras: "A pressão de cumprir o programa, muitas vezes me força a deixar de lado a relação afetuosa e estabelecer uma relação que exija mais concentração..., uma aula deve ter respeito e limite a pressão com o conteúdo me exige isso, o que gera muito stress".

    Esse professor evidencia uma forte preocupação com a autoridade do professor, como podemos perceber em suas palavras: "Não podemos ficar por baixo dos alunos... é importante você colocar um limite até quando e onde você pode ir com os alunos, eles tentam o tempo todo".

    Embora esse professor valorize a afetividade na relação pedagógica, não se sente ainda seguro para prioriza-la. Segundo ele: "quando uma aula é trabalhada de forma mais dinâmica o aluno fica mais próximo do professor, entretanto não consigo dar aulas muito dinâmicas pois sinto-me pressionado para cumprir o conteúdo, em função dos concursos existentes". "As aulas devem ser estimuladas, mas disciplinadas".

    Sem dúvida o limite também é um fator que deve ser observado nas relações de sala de aula. É necessário que os alunos tenham consciência de seus limites. Entretanto se o professor focar demais esse aspecto, como o professor A, fica um pouco antipatizado pela turma, o que vai refletir na falta de motivação do aluno para a disciplina que ministra.

    Para o professor B, o clima de sua aula é voltado para uma relação de amizade entre ele e os alunos, um clima de brincadeira limitada, de uma liberdade vigiada. Segundo ele é preciso ter respeito. Ele acredita que vários fatores que influenciam o "clima" de sala de aula, influenciam na aprendizagem dos alunos.

"Acredito que a interação, o espaço físico, a relação existente entre alunos e professores influenciam muito na aprendizagem... as relações humanas, a relação professor aluno deve ser de carinho...". "O professor tem que estar bem à vontade para ensinar para que o aluno fique com vontade de aprender". "Se o professor não criar uma relação para que os alunos sejam receptivos à sua matéria o aluno não conseguirá aprender". "Acho que a relação de amizade, de brincadeira e de relacionar a matéria ao cotidiano... tudo auxilia a aprender. Acho que em função disso que tenho esse carisma e que os alunos me consideram bom professor e é isso que me motiva a estar nessa profissão, pois acho fundamental você estar ministrando uma aula e estar sendo receptivo".

    O professor B centra a qualidade das relações que estabelece com seus alunos na descontração, na brincadeira. Esta característica é apreciada pelos alunos, mas não com o peso atribuído pelo professor. Poucos alunos salientaram esses aspectos como positivos.

    Segundo o professor C, o clima de sua sala de aula é bom e influencia, sem dúvida, no aprendizado. Em suas palavras: "Um clima positivo, um bom astral dentro de sala de aula abre as portas para uma aprendizagem muito melhor. O clima bom não é necessariamente aquele brincalhão, é sim aquele em que as pessoas estão dispostas a aprender, inclusive o professor. Estão dispostas a trocar experiências, a aprender, independentemente do estilo do professor, mas sim dentro da predisposição para aprender". "Não gosto de chamar atenção, de dar lição de moral, procuro chamar a atenção para a responsabilidade... devemos tratar o aluno com respeito, educação, nunca menospreza-lo pois é um ser humano. Devemos tratar sempre com carinho, estar sempre disposto a ajudar colaborar com ele, mesmo que não seja o aluno da nossa preferência individual". "Tenho a preocupação de agradar ao máximo, pois é o meu trabalho". "Educar é procurar mostrar ao aluno sua responsabilidade na aprendizagem".

    Parece que o professor C, encontrou o tom ideal da relação com seus alunos. Age muito naturalmente sem agredir e sem ser agredido pelos alunos. Os alunos gostam muito de suas aulas. Assim agindo, o professor C estará formando pessoas mais autônomas e mais confiantes em suas capacidades, e portanto, mais preparados para resolverem os problemas que a vida colocar em seus caminhos.

    Fazendo uma síntese do pensamento e comportamento de cada professor, podemos observar que o professor A se preocupa muito com a sua postura dentro de sala de aula, tentando portar-se sempre o melhor possível perante os alunos. Entretanto peca pelo excesso de preocupação, ou seja, por se esforçar em estar sempre bem, torna-se um pouco autoritário e arrogante com os alunos, não conseguindo assim uma empatia total com a turma. O acaba se tornando um pouco estressado e, por isso, às vezes, não é muito bem recebido pelos alunos.

    Ao analisarmos as respostas do professor A obtidas com a entrevista, vemos que é um professor que se preocupa muito em cumprir o conteúdo e, em decorrência deixa de lado a preocupação com a qualidade das relações com seus alunos criando um clima rígido e autoritário. Esse professor mostra grande inquietação com questões de limite e hierarquia. Acreditamos que esse professor ainda exibe uma certa insegurança em relação à sua postura pois apresenta ainda um comportamento oscilante. O professor não menciona dificuldades com os conteúdos mas apenas com o trato com os alunos. Os alunos apontaram dificuldades com os conteúdos desenvolvidos por esse professor.

    O professor B é bastante brincalhão e divertido, possuindo características singulares. Consegue em menor escala que o professor C conquistar a atenção e o carinho dos alunos. Percebemos que é um professor bastante seguro de sua atuação e postura em sala de aula. Se preocupa em estabelecer um clima de sala de aula descontraído e com muita brincadeira. Se preocupa também em criar um clima de carinho. Afirma que não consegue esse intento em todas as turmas, tendo alguns problemas com alguns alunos. Alguns alunos apontaram o professor B, como aquele com quem melhor aprendem.

    Em uma análise geral do comportamento e estilo do professor C, vimos que é muito preocupado em agradar a todos os alunos e provavelmente isto se dê, devido à sua simplicidade e humildade. Assume-se como uma pessoa humilde, tímida e reservada, e acredita que isso atrapalha o relacionamento com os alunos. Pelas nossas observações isso não acontece, pois o professor C, foi apontado por 95% dos alunos como o professor mais simpático e aquele com quem melhor aprendem. Decorrente das observações feitas e dos questionários respondidos pelos alunos vimos que é um professor muito carismático, muito querido e com grande sucesso em sua profissão.

    O professor A, ainda está preocupado com sua imagem e com o programa a ser cumprido, o que dificulta um pouca suas relações com os alunos. O professor B, não tem uma exagerada preocupação com o programa, apesar de também preocupar-se com a compreensão dos conteúdos. Seu jeito brincalhão lhe proporciona um certo carisma junto aos alunos. O professor C amplia um pouco mais suas preocupações para além do conteúdo. Mostra-se muito preocupado com a pessoa do aluno e com a aceitabilidade desses para a sua pessoa, o que lhe garante o status do professor de Biologia preferido entre os alunos pesquisados.

    Os professores valorizaram tanto quanto os alunos a qualidade das interações em sala de aula.


Considerações finais

    A partir dos resultados obtidos através de questionários aos alunos, entrevista com os professores, observações assistemáticas e outras mais sistematizadas de situações de sala de aula, foi-nos possível perceber que um tratamento respeitoso e afetuoso é imprescindível para a motivação dos alunos pelo conteúdo ministrado pelo professor. A motivação do aluno, vista como a disposição para aprender, acontece muitas vezes como uma resposta a um comportamento do professor que se mostra cortês nas relações e interessado pelo aluno. Quanto mais freqüentes forem esse comportamentos mais consistentes e profundos serão os relacionamentos, promovendo uma aprendizagem significativa.

    Um clima de tensão constante, é prejudicial aos alunos e também aos professores, que quando não conseguem estabelecer uma certa empatia com a turma não se sentem seguros e motivados à ministrarem suas aulas.

    Um professor que não é bem aceito pela turma, não consegue ser visto como um verdadeiro educador e não consegue que seus alunos se interessem e aprendam o conteúdo que ministra. Os resultados obtidos ampliam resultados já encontrados em outras pesquisas e amplamente discutidos na bibliografia correlata.

    Os professores precisam se inteirarem dessa realidade e aprenderem a melhorar a qualidade da relação pedagógica, o que irá refletir positivamente na motivação dos alunos para estudarem a sua disciplina.

    A partir do estudo, tivemos reforçada a idéia de que um bom professor, não é visto pelos alunos como aquele que sabe bem os conteúdos, e soma na sua performance outros elementos importantes, mesmo que de cunho mais racional e cognitivo. Contudo se apresentados desprovidos dos aspectos afetivos não garantem a aprendizagem dos conteúdos, desde que não determinam o envolvimento do aluno com os mesmos. A afetividade mostrou-se essencial para que um professor seja considerado eficiente. O bom professor é aquele que consegue conjugar domínio do conteúdo, habilidades didáticas, capacidade de comunicação e capacidade de criar uma relação de respeito e afeto para ministrar suas aulas. É aquele que tem amor pelo que faz, pelo conteúdo que ministra e pelos seus alunos, e que sabe demonstrar isso a todo instante de sua atuação. Um comportamento afetuoso do professor influencia o apreço pelo objeto de conhecimento, no caso de nossa pesquisa o conteúdo de Biologia.
 
 

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