LIBERDADE EM ESCOLAS DEMOCRÁTICAS: O CASO DO ENSINO DE CIÊNCIAS NA EMEF DESEMBARGADOR AMORIM LIMA

Silvana Duarte Bezerra
Cristina Leite

  O porquê e o para que ser professor são indagações importantes para o exercício da função, no entanto, é o como e o onde ser professor que centrou nosso trabalho em uma formação escolar específica, aquela que se realiza nas escolas democráticas, onde se assume como pressuposto que - assim como acontece na sociedade democrática - a democracia e a liberdade devem reger as interações dentro da instituição com o objetivo de preparar o aluno para uma vida mais autoral fora dos muros da escola, assim, todos participam da gestão escolar e o aluno é quem tem a autonomia e a responsabilidade de gerir seu currículo. Embora existam pouquíssimas escolas nesses moldes no Brasil, elas não são homogêneas. Estamos desenvolvendo laços mais estreitos com a EMEF Desembargador Amorim Lima, localizada na região oeste da cidade de São Paulo por ser esta uma das poucas escolas públicas a se intitular como democrática. Esse estreitamento tem se desenvolvido por meio da participação nas relações no interior da escola, desde instâncias organizativas como conselhos e reuniões até uma participação mais particular e próxima através de conversas e entrevistas com alunos e professores. Espera-se responder a algumas inquietações que suscitam dessa interação, tais como: a escola democrática pode ser um caminho possível para a formação de homens e mulheres livres para escrever e atuar sua própria história no mundo? A democracia exercida na escola é a mesma vivenciada fora dela? Quais são as impressões dos alunos sobre esse tipo de interação escolar? Tal liberdade dá mais significado e/ou prazer à construção de conhecimento? Até o momento, foi possível perceber que ao menos a liberdade de movimento dos alunos parece ser bem diferente daquela vivenciada nas escolas tradicionais, já que o portão da escola permanece aberto durante todo o dia e não há sinal sonoro para avisar sobre o começo/término das aulas, cabe ao aluno entrar na escola e desenvolver as atividades por ele mesmo escolhidas. Nesse contexto, o trabalho representa um momento de articulação das concepções de educação e sociedade, segundo idéias e ideais de escola, que em nossa posição, podem guiar as teorias e práticas no exercício de lecionar.

[Trabalho]